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O que é Banco de Dados: Tipos, Funcionamento e Aplicações

  • Julho 22 2025
  • Paloma Queiroz
Você lerá neste artigo:

 

No mundo digital  atual, a quantidade de dados gerados e consumidos é colossal. Desde as suas fotos nas redes sociais até as transações bancárias, tudo isso precisa ser armazenado, organizado e acessado de forma eficiente.  

É aqui que entram os bancos de dados, a espinha dorsal de praticamente todas as aplicações e sistemas que utilizamos diariamente. Mas, afinal, o que é um banco de dados e como ele funciona? 

A seguir, vamos desvendar os mistérios por trás dos bancos de dados, explorando  os conceitos fundamentais, sua evolução, os diferentes tipos existentes e suas aplicações práticas no nosso cotidiano.

 

O que é um Banco de Dados? 

Em sua essência, um banco de dados é uma coleção organizada de informações, ou dados, estruturadas, que são armazenadas eletronicamente em um sistema de computador. Imagine-o como um arquivo digital extremamente eficiente, capaz de guardar e gerenciar uma vasta quantidade de informações de forma que possam ser facilmente acessadas, modificadas, atualizadas e controladas. 

Para que um banco de dados funcione, ele geralmente é controlado por um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD). O SGBD atua como uma interface entre o banco de dados e seus usuários ou programas, permitindo que as informações sejam recuperadas, atualizadas e organizadas de maneira otimizada.  

Juntos, os dados, o SGBD e os aplicativos associados formam o que chamamos de sistema de banco de dados. 

Os dados dentro de um banco de dados são modelados de forma a facilitar o processamento e a consulta. Nos tipos mais comuns, eles são organizados em linhas e colunas, formando tabelas. Essa estrutura permite que múltiplos usuários acessem e consultem os dados de forma rápida e segura, utilizando lógicas e linguagens complexas. 

 Tela de celular com texto preto sobre fundo branco

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Dados: A Matéria-Prima do Banco de Dados 

Dados  são qualquer informação capturada e armazenada sobre uma pessoa, lugar,  um conceito ou objeto,  o que na linguagem dos bancos de dados chamamos de entidade. Cada entidade possui atributos, que representam suas características. Por exemplo: em um banco de dados de clientes,  o cliente  é a entidade, e seu nome, endereço e telefone  são atributos. 

É importante notar que, embora até uma lista de compras em um pedaço de papel possa ser considerada um pequeno banco de dados analógico, na ciência da computação, o termo Bando de Dados refere-se exclusivamente a uma coleção de informações armazenadas digitalmente em sistemas computacionais, com estrutura e lógica para facilitar seu uso. 

 

Como Funciona um Banco de Dados?  

O funcionamento de um banco de dados é intrinsecamente ligado ao seu Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD). Ele é responsável por organizar os dados, garantir a integridade das informações, permitir acessos simultâneos e realizar operações como: : 

  • Recuperação de dados: permite que os usuários e aplicações busquem e obtenham as informações desejadas. 
  • Atualização de dados: possibilita a modificação, inserção e exclusão de dados no banco. 
  • Gerenciamento de dados: garante a organização e otimização das informações. 
  • Controle de acesso: define quem pode acessar quais dados e quais operações podem ser realizadas, garantindo a segurança. 
  • Backup e recuperação: permite a criação de cópias de segurança e a restauração do banco de dados em caso de falhas. 
  • Monitoramento de desempenho: ajuda a otimizar o funcionamento do banco de dados para garantir rapidez e eficiência. 

Exemplos populares de SGBDs: MySQL, Microsoft SQL Server, Oracle Database, PostgreSQL e MariaDB . 

 Gráfico, Gráfico de explosão solar

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A Linguagem SQL: O Coração da Interação com Bancos de Dados Relacionais  

A maioria dos bancos de dados relacionais utiliza  Structured Query Language (SQL) para escrever e consultar dados. O SQL é uma linguagem de programação padronizada, desenvolvida na IBM na década de 1970, que se tornou a base para a interação com bancos de dados relacionais.  

Com o SQL, é possível: 

  • Consultar dados: recuperar informações específicas do banco de dados. 
  • Manipular dados: inserir novos dados, atualizar informações existentes e excluir registros. 
  • Definir dados: criar e modificar a estrutura do banco de dados, como tabelas e seus campos. 
  • Controlar acesso: gerenciar permissões de usuários e segurança. 

Embora o SQL ainda seja amplamente utilizado, novas linguagens e abordagens têm surgido, especialmente com o advento de bancos de dados não relacionais (NoSQL). No entanto, o SQL permanece como uma ferramenta fundamental para a gestão de dados estruturados. 

A Evolução dos Bancos de Dados 

Os bancos de dados percorreram um longo caminho desde sua criação, no início dos anos 1960. A evolução reflete a crescente necessidade de gerenciar volumes cada vez maiores e mais complexos de dados, impulsionada pelo avanço da tecnologia e da internet. 

  • Década de 1960: surgem os primeiros sistemas de banco de dados, como os hierárquicos e  de rede. O modelo hierárquico, baseado em uma estrutura de árvore, permitia apenas relacionamentos de um para muitos, enquanto o modelo de rede era mais flexível, permitindo múltiplos relacionamentos. Apesar de inovadores para a época, esses sistemas eram inflexíveis. 
  • Década de 1980: os bancos de dados relacionais se tornam dominantes. Organizados em tabelas com linhas e colunas, eles oferecem uma maneira mais eficiente e flexível de acessar informações estruturadas. 
  • Década de 1990: os bancos de dados orientados a objetos ganham popularidade, representando as informações na forma de objetos, de maneira similar à programação orientada a objetos. 
  • Anos 2000 e além: com o crescimento da internet e a necessidade de maior velocidade e processamento de dados não estruturados, surgem os bancos de dados NoSQL (não relacionais). Mais recentemente, os bancos de dados em nuvem e os bancos de dados autônomos estão abrindo novos caminhos na forma como os dados são coletados, armazenados, gerenciados e utilizados. 

Qual a Diferença entre um Banco de Dados e uma Planilha?

Bancos de dados e planilhas, como o Microsoft Excel, são ferramentas para armazenar informações. No entanto, existem diferenças cruciais que determinam qual é a mais adequada para cada cenário: 

Característica 

Planilha (Ex: Excel) 

Banco de Dados 

Armazenamento 

Dados em células, organizados em linhas e colunas. 

Dados estruturados em tabelas inter-relacionadas, com tipos de dados definidos. 

Manipulação 

Ideal para manipulações simples e cálculos. 

Projetado para manipulações complexas, consultas e relacionamentos de dados. 

Acesso 

Geralmente para um único usuário ou poucos usuários. 

Permite acesso simultâneo e seguro para múltiplos usuários. 

Volume de Dados 

Limitado, pode se tornar lento com grandes volumes. 

Projetado para gerenciar grandes volumes de informações, até terabytes ou petabytes. 

Segurança 

Recursos de segurança básicos. 

Recursos avançados de segurança, controle de acesso e auditoria. 

Integridade 

Mais suscetível a erros e inconsistências manuais. 

Garante a integridade e consistência dos dados através de regras e validações. 

 

As planilhas são excelentes para tarefas simples, análise de dados por um único usuário ou pequenos grupos, e quando a manipulação de dados não é muito complexa.  

Já os bancos de dados são projetados para lidar com coleções muito maiores de informações organizadas, permitindo que vários usuários acessem e consultem os dados de forma rápida e segura, utilizando lógicas e linguagens altamente complexas. 

Tipos de Bancos de Dados 

Existem diversos tipos de bancos de dados, cada um otimizado para diferentes necessidades e tipos de dados. A escolha do banco de dados ideal depende de como a organização pretende utilizar as informações.  

Os tipos mais comuns são: 

  1. Bancos de Dados Relacionais

Dominantes desde a década de 1980, os bancos de dados relacionais organizam os dados em tabelas, que consistem em linhas e colunas. Cada linha representa um registro e cada coluna um atributo. A tecnologia relacional oferece uma forma eficiente e flexível de acessar informações estruturadas. A maioria utiliza SQL para consultas e manipulação de dados. 

  • Exemplos: MySQL, PostgreSQL, Oracle Database, Microsoft SQL Server, MariaDB. 
  1. Bancos de Dados Não Relacionais (NoSQL)

Surgiram como resposta à necessidade de lidar com grandes volumes de dados não estruturados e semiestruturados, comuns em aplicações web complexas. Ao contrário dos bancos de dados relacionais, os NoSQL não utilizam o modelo de tabelas fixas e oferecem maior flexibilidade no armazenamento de dados. O termo NoSQL refere-se a armazenamentos de dados que não usam SQL ou não apenas SQL para consultas. 

 Existem vários subtipos de bancos de dados NoSQL: 

  • Bancos de Dados de Documentos/JSON: armazenam dados em formato de documentos (como JSON, BSON ou XML), onde cada documento é uma unidade autônoma e pode ter uma estrutura diferente dos outros. São ideais para dados semiestruturados e flexíveis [1, 2]. 

Exemplos: MongoDB, Azure Cosmos DB. 

  • Bancos de Dados de Colunas Largas (Wide-Column Stores): organizam os dados em famílias de colunas, permitindo um grande número de colunas esparsas. São otimizados para grandes volumes de dados e consultas analíticas. 

Exemplos: Cassandra, HBase. 

  • Bancos de Dados de Grafo: armazenam dados em termos de entidades (nós) e os relacionamentos entre elas (arestas). São ideais para representar e consultar dados com conexões complexas, como redes sociais ou sistemas de recomendação. 

Exemplos: Neo4j. 

  • Bancos de Dados Chave-Valor: o tipo mais simples de NoSQL, onde cada item é armazenado como um par chave-valor. São extremamente rápidos para operações de leitura e escrita. 

Exemplos: Redis. 

  1. Bancos de Dados Orientados a Objetos

Representam as informações na forma de objetos, similar à programação orientada a objetos. Os objetos contêm tanto dados quanto o comportamento associado a eles. 

  1. Bancos de Dados Distribuídos

Consistem em dois ou mais arquivos localizados em diferentes locais físicos ou espalhados por diferentes redes. Os dados podem ser armazenados em vários computadores, trabalhando juntos como um único sistema. 

  1. Data Warehouses

São repositórios centrais de dados, projetados especificamente para consultas e análises rápidas. São utilizados para armazenar grandes volumes de dados históricos de diversas fontes, facilitando a tomada de decisões estratégicas. 

  1. Bancos de Dados em Nuvem

Coleções de dados (estruturados ou não estruturados) que residem em uma plataforma de computação em nuvem (privada, pública ou híbrida). Oferecem escalabilidade, flexibilidade e geralmente são gerenciados por um provedor de serviços (DBaaS - Database as a Service). 

  1. Bancos de Dados Autônomos

Baseados em nuvem, utilizam machine learning para automatizar tarefas de gerenciamento de rotina, como ajuste, segurança, backups e atualizações. Isso reduz a necessidade de intervenção humana e otimiza o desempenho. 

  1. Bancos de Dados Multimodelo

Combinam diferentes tipos de modelos de banco de dados em um único back-end integrado, permitindo acomodar vários tipos de dados e modelos de acesso. 

  1. Bancos de Dados OLTP (Online Transaction Processing)

Projetados para um grande número de transações realizadas por múltiplos usuários, focando na velocidade e eficiência das operações transacionais. 

  1. Bancos de Dados de Código Aberto

Sistemas de banco de dados cujo código-fonte é aberto, permitindo que a comunidade o utilize, modifique e distribua livremente. Podem ser relacionais ou NoSQL. 

Aplicações Práticas dos Bancos de Dados 

Os bancos de dados são a base de quase todas as aplicações e sistemas que usamos diariamente, tanto no âmbito pessoal quanto profissional.  

Sua capacidade de armazenar, organizar e gerenciar grandes volumes de dados de forma eficiente os torna indispensáveis em diversas áreas.  

Algumas das aplicações práticas mais comuns incluem: 

  • Sistemas de Gerenciamento de Clientes (CRM): empresas utilizam bancos de dados para armazenar informações detalhadas sobre seus clientes, como dados de contato, histórico de compras, preferências e interações. Isso permite um atendimento personalizado e estratégias de marketing mais eficazes. 
  • Sistemas de Gerenciamento de Estoque: no varejo e na indústria, bancos de dados controlam o inventário de produtos, registrando entradas, saídas, localização e disponibilidade. Isso otimiza a cadeia de suprimentos e evita a falta ou excesso de produtos. 
  • Transações Financeiras: bancos e instituições financeiras dependem de bancos de dados para registrar todas as transações, saldos de contas, informações de clientes e histórico de operações, garantindo a segurança e a integridade dos dados financeiros. 
  • Plataformas de E-commerce: lojas online utilizam bancos de dados para gerenciar catálogos de produtos, informações de clientes, carrinhos de compra, pedidos e pagamentos. Isso permite uma experiência de compra fluida e personalizada. 
  • Redes Sociais: plataformas como Facebook, Instagram e LinkedIn armazenam bilhões de dados de usuários, incluindo perfis, postagens, fotos, vídeos, conexões e interações. Bancos de dados NoSQL são frequentemente usados aqui devido à natureza não estruturada e ao grande volume de dados. 
  • Sistemas de Saúde: hospitais e clínicas utilizam bancos de dados para gerenciar prontuários eletrônicos de pacientes, histórico médico, agendamentos, resultados de exames e informações de medicamentos, garantindo o acesso rápido e seguro a dados críticos. 
  • Governo e Setor Público: órgãos governamentais utilizam bancos de dados para gerenciar registros civis, informações fiscais, dados de segurança pública e sistemas de votação, entre outros. 
  • Jogos Online: jogos multiplayer online dependem de bancos de dados para armazenar informações de jogadores, progresso no jogo, pontuações, itens e interações entre os usuários. 
  • Sistemas de Recomendação: plataformas de streaming (música, vídeo) e e-commerce utilizam bancos de dados para analisar o comportamento do usuário e oferecer recomendações personalizadas de produtos, filmes ou músicas. 

Esses são apenas alguns exemplos que demonstram a presença dos bancos de dados em nosso dia a dia, sendo a base para a funcionalidade e a inteligência de inúmeros sistemas e serviços. 

 Por que entender bancos de dados é essencial 

Os bancos de dados são, sem dúvida, um dos pilares da tecnologia moderna. Desde a organização de informações simples até o suporte a sistemas complexos que gerenciam bilhões de dados em tempo real, sua importância é inegável. 

Compreender o que são, como funcionam e os diferentes tipos disponíveis é fundamental para qualquer pessoa que interaja com a tecnologia, seja como usuário ou como profissional. 

Com a constante evolução da tecnologia e o crescimento exponencial da quantidade de dados gerados, os bancos de dados continuarão a se adaptar e a inovar, impulsionando novas descobertas e transformando a maneira como vivemos e trabalhamos. Eles são a memória do mundo digital, garantindo que a informação esteja sempre disponível, organizada e segura para as necessidades do presente e do futuro. 

Entre em contato conosco e descubra como podemos impulsionar sua jornada rumo à transformação digital com inteligência e segurança. 

 

 

 

Referências 

Oracle Brasil. O que é um Banco de Dados?. Disponível em: https://www.oracle.com/br/database/what-is-database/. Acesso em: 11 de julho de 2025. 

Microsoft Azure. O que são bancos de dados?. Disponível em: https://azure.microsoft.com/pt-br/resources/cloud-computing-dictionary/what-are-databases. Acesso em: 11 de julho de 2025. 

DevMedia. Conceitos Fundamentais de Banco de Dados. Disponível em: https://www.devmedia.com.br/conceitos-fundamentais-de-banco-de-dados/1649. Acesso em: 11 de julho de 2025. 

 

 

 

 

 

 

 

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